Transmissão do sinal de insulina na aorta de ratos adultos

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2002

RESUMO

Estudos epidemiológicos demonstram forte associação entre resistência à insulina, hipertensão e morbidade cardiovascular. A insulina, além de seus efeitos metabólicos, exerce efeitos cardiovasculares mediados pelo sistema nervoso simpático e pela via do óxido nítrico (NO). Recentemente foi descoberto que, em situações normais, a insulina ativa a produção de NO em células endoteliais em cultura através de um mecanismo dependente da fosfatidilinositol (PI) 3-quinase, com ativação da Akt e subseqüente fosforilação da óxido nítrico sintase endotelial (eNOS ou NOS3) em resíduos de serina. As ações da insulina no sistema cardiovascular estão reduzidas em diversos estados de resistência à insulina, porém o mecanismo através do qual ocorre manutenção da pressão arterial normal e ausência de doença cardiovascular em alguns modelos animais de resistência à insulina ainda não foi estudado. Neste estudo, usando técnicas de imunoprecipitação e immunoblotting, examinamos in vivo a regulação das proteínas envolvidas na transmissão do sinal de insulina no músculo esquelético e na aorta torácica de ratos obesos envelhecidos (12 meses de idade), os quais apresentaram resistência à insulina mas não desenvolveram doença cardiovascular, comparando-os com ratos jovens (2 meses de idade). As vias envolvidas na transmissão intracelular do sinal de insulina tiveram comportamentos diferentes nos tecidos estudados. Os ratos com 12 meses de idade apresentaram redução significativa na transmissão do sinal de insulina pela via da PI 3-quinase no músculo esquelético, com níveis teciduais e graus de ativação normais da MAP quinase. Na aorta, entretanto, a via da PI 3-quinase / Akt mostrou-se preservada, levando à ativação normal da óxido nítrico sintase endotelial; as isoformas ERK1/2 da MAP quinase apresentaram maiores graus de fosforilação e níveis teciduais nos animais com 12 meses, tanto na ausência quanto após estímulo com insulina, em comparação aos animais jovens. A redução na ativação da via da PI 3-quinase / Akt pela insulina no músculo esquelético de ratos com 12 meses de idade pode ter contribuído para o fenótipo de resistência à insulina apresentado por este modelo animal. No vaso, entretanto, apesar do aumento da quantidade e ativação da MAP quinase, a preservação da via da PI 3-quinase pode ter contribuído para evitar a aterosclerose e hipertensão arterial sistêmica no rato obeso e envelhecido

ASSUNTO(S)

resistencia a insulina oxido nitrico obesidade envelhecimento

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