Tratamento da leucemia mielóide crônica com imatinib mesilato no Brasil: estudo de 98 casos

AUTOR(ES)
FONTE

Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2005-09

RESUMO

INTRODUÇÃO: A Leucemia Mielóide Crônica (LMC) é uma doença clonal caracterizada pela presença da translocação entre os cromossomos 9 e 22 (cromossomo Philadelphia). O gene resultante BCR-ABL possui atividade de tirosino-quinase, que estimula o crescimento celular. O mesilato de imatinibe é um inibidor potente e específico de todas as quinases relacionadas ao ABL. PACIENTES E MÉTODOS: Noventa e oito pacientes com LMC foram tratados com mesilato de imatinibe de outubro de 2000 a janeiro de 2003: 28 em fase crônica (FC) resistente ou intolerante ao interferon alfa; 55 em fase acelerada (FA) e 55 em crise blástica (CB). Dose: 400 mg para CP e 600 mg para FA ou CB. OBJETIVOS: Avaliação da eficácia, segurança e sobrevida após tratamento da LMC com mesilato de imatinibe. RESULTADOS: Seguimento mediano: 545 dias (variação: 7-862). Resposta hematológica completa ocorreu em 86% dos pacientes em FC, 47% na FA e 13% na CB. Sessenta e um por cento, 24% e 0% dos pacientes em FC, FA e CB, atingiram resposta citogenética completa, respectivamente. Não foram detectados transcritos BCR-ABL por "nested RT-PCR" em 9% dos pacientes. Toxicidade hematológica grau 3-4: 21% na FC, 74% na FA e em 87% na CB. Toxicidade não hematológica grau 3-4: 11% na FC, 51% na FA e 53% na CB. A sobrevida global em dois anos foi de 64% para todos os pacientes, 96% na FC e 36% na FA. Todos os pacientes em CB faleceram numa mediana de 60 dias. CONCLUSÕES: O mesilato de imatinibe induziu respostas citogenéticas completas em pacientes brasileiros com LMC em fase crônica e acelerada. Os eventos adversos nos nossos pacientes foram semelhantes aos relatados em literatura, exceto pela menor incidência de sintomas gastro-intestinais e câimbras.

ASSUNTO(S)

leucemia mielóide crônica imatinibe mesilato resposta citogenética maior

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