Três defesas do externalismo epistêmico

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

A proposta deste trabalho é defender a posição conhecida na literatura epistemológica como externalismo epistêmico. O externalismo epistêmico consiste essencialmente na tese de que alguns dos fatores que determinam quando uma crença constitui um caso de conhecimento ou um caso de crença justificada são externos ao agente epistêmico, i.e., não são estados internos ao sujeito, nem precisam ser acessados conscientemente por ele. Nós não atacamos nenhuma teoria particular do internalismo, ou mesmo defendemos uma teoria externalista particular. Em lugar disto, discutimos três tópicos distintos que servem de motivação geral para a adoção do externalismo. A escolha destes tópicos é guiada pelo interesse em uma epistemologia naturalizada e em discussões recentes da epistemologia. Primeiro, nós discutimos a utilização da análise de casos a descrição de casos imaginários com a intenção de salientar a intuição de uma proposição particular ou mostrar a consequência antiintuitiva de uma teoria no debate entre internalistas e externalistas. Nós tentamos fornecer uma espécie de diagnóstico psicológico sobre o uso desta ferramenta intuitiva e argumentamos que a literatura em psicologia de conceitos sugere um favorecimento a teorias externalistas. Segundo, nós discutimos a abordagem contextualista sobre o paradoxo cético e sua relação com a análise conceitual. Nós argumentamos que uma abordagem semântica falha em resolver o paradoxo e que a compreensão adequada de sua origem, assim como uma rejeição invariantista da posição contextualista, fornece uma motivação para aceitarmos a solução externalista do problema. Por último, nós tratamos da crítica de John Pollock ao externalismo, que consiste justamente na ideia de que uma teoria de justificação naturalista adequada deve ser internalista. Nós analisamos se sua refutação realmente atinge toda forma de externalismo e, em particular, o confiabilismo de processo. Nós apresentamos a teoria procedimental de normas epistêmicas de Pollock e discutimos se as razões que ele apresenta podem realmente refutar o confiabilismo de processo. Nós defendemos que as razões que são apresentadas não colocam realmente o projeto de Pollock em vantagem.

ASSUNTO(S)

análise do conhecimento epistemologia naturalizada confiabilismo filosofia analysis of knowledge epistemology naturalized reliabilism

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