Um estudo sobre remuneração variável de executivos em empresa de capital fechado

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

28/02/2012

RESUMO

A separação entre propriedade e controle nas empresas origina a chamada relação de agenciamento, na qual os sócios (principal) delegam a autonomia das decisões a executivos contratados (agente). A Teoria de Agência, que estuda este fenômeno, tem como um de seus pressupostos o autointeresse das pessoas. Diante disso, um dos objetivos do controle de gestão é assegurar ou diminuir as eventuais divergências entre os interesses dos proprietários e dos executivos. Essa Teoria indica a concessão de incentivos, como a remuneração variável, com essa finalidade. Nesse contexto, este estudo propôs-se a estudar este fenômeno, sobre como funciona um sistema de remuneração variável para executivos utilizado como forma de controle de gestão. Para isso realizou-se uma pesquisa aplicada sobre a realidade de uma empresa, que atua no ramo de bebidas, e possui planos de remuneração variável por desempenho. Os procedimentos de coleta das evidências foram: observação direta; análise documental; e entrevistas semiestruturadas com dez executivos contemplados nestes planos. O tratamento dessas ocorreu por meio da combinação entre as técnicas de análise de conteúdo e de discurso. Dentre outros resultados, as evidências indicam que a empresa premia o desempenho com remuneração variável, por participações nos lucros e gratificações em dinheiro. Essas formas de recompensa, os momentos de pagamento ao final de cada ano, o uso de indicadores de desempenho financeiros, e o padrão de desempenho anual, combinados, podem gerar um problema de agência por direcionar o foco dos executivos ao curto prazo. Compensando isso, verificou-se o uso de uma forma de avaliar o processo do desenvolvimento profissional do executivo de forma qualitativa, com efeitos de curto e longo prazos. A composição de três planos de remuneração por desempenho propicia alinhamento de interesses: (a) entre executivos e os demais funcionários; (b) entre os executivos, por serem remunerados por metas que não apresentem divergências matemáticas e pelo uso de metas coletivas e organizacionais; (c) entre sócios e executivos tendo esses a maior possibilidade de remuneração variável vinculada ao alcance da meta principal para empresa, o indicador EBITDA. Quanto aos interesses, os executivos que são sócios demonstram tranquilidade quanto ao risco deste tipo de remuneração, apresentando preocupação maior com a continuidade da empresa a longo prazo. Constatou-se também que o desejo de possuir metas como desafios e o desenvolvimento profissional foram apontados como motivos dos executivos preferirem a remuneração variável. Além dos planos de remuneração, a presença de dois sócios entre os executivos indica redução da assimetria informacional e maior facilidade no processo de alinhamento dos interesses de ambos

ASSUNTO(S)

conflitos de interesse teoria de agência executive compensation reward systems conflicts of interest agency theory ciencias contabeis remuneração de executivos sistemas de recompensa

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