Uma análise das elasticidades de bens e serviços não fatores, sua estabilidade e o ajuste externo brasileiro pós-99 / An analysis of the Brazilian external accounts elasticities of goods and services, its stability and the Brazilian external adjustment after 1999.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

Os recentes superávits comerciais da economia brasileira transformaram a percepção de elevada fragilidade das contas externas do país que se verificou nas duas últimas décadas e meia. Diante desta nova realidade, parece pertinente avaliarmos quais foram os determinantes deste saldo comercial a partir dos elementos tradicionais da literatura, como a taxa de câmbio, os preços externos e a renda doméstica e mundial. Com este propósito, foram estimadas equações de longo prazo para as exportações e importações brasileiras para que se pudesse avaliar as elasticidades do comércio de bens e serviços não fatores do país. A metodologia utilizada foi a de cointegração proposta por Johansen (1988) e Johansen e Juselius (1990). A estimação das elasticidades se dividiu em dois períodos: 1980-1998 e 1980-2005. Com tal divisão pretendemos capturar os efeitos da mudança do regime cambial de 1999 sobre as contas externas. Além disso, foram realizados uma série de testes recursivos para se checar a estabilidade, quebras e a robustez da cointegração destas variáveis. Os resultados obtidos foram satisfatórios para as elasticidades, condizentes com trabalhos anteriores, mas agregaram a informação da elasticidade para o conjunto de bens e serviços não fatores e não apenas de bens. Além disso, foram identificadas uma série de quebras no período de estimação, em geral associadas a períodos críticos de mudanças de política econômica. Finalmente, foi possível identificar que após a flutuação cambial houve um aumento da elasticidade renda externa das exportações e uma redução da elasticidade-câmbio de exportações e importações. O trabalho conclui sugerindo que os elevados saldos comerciais são resultantes de uma particular combinação de preços externos favoráveis, câmbio real depreciado e renda mundial elevada, além de alguma mudança estrutural associada à maior resposta das exportações à renda mundial, provavelmente por conta do resgate das vantagens comparativas brasileiras na esteira da mudança do regime cambial em 1999.

ASSUNTO(S)

econometric time series macroeconomics macroeconomia exchange rate regimes modelos em séries temporais taxa de câmbio comércio exterior international trade

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