Uma reflexão filosófica sobre abordagens e paradigmas na constituição da subárea ensino-aprendizagem de LE/L2 na linguística aplicada / A philosophical reflection on approaches and paradigms in the constitution of Foreign and Second Language Teaching and Learning in Applied Linguistics

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

O presente estudo segue um viés interpretativista de natureza qualitativa e objetiva desenvolver uma reflexão filosófica e, portanto, não dogmática, de algumas questões importantes que envolvem conceitos-base na formação e evolução da grande subárea Ensino- Aprendizagem de LE/L2 na LA, tais como: abordagem, movimento, paradigma e comunidade científica. O trabalho busca como fundamentação teórica, primordialmente, o conjunto da obra de Thomas Kuhn apoiada, também, na visão de Masterman (1979). Para a evolução da reflexão, a investigação recebe um auxílio valioso da segunda filosofia de Wittgenstein, no que se refere à noção de jogos de linguagem, e da visão de Lakatos sobre a formação de programas de pesquisa científica. O tema central da pesquisa gira em torno da percepção de uma tensão instaurada na área pela apropriação, pelos especialistas, da noção de sinônimo entre os termos abordagem comunicativa (AC), ensino comunicativo de língua (ECL) e movimento comunicativo (MC), associados, muitas vezes, à concepção de paradigma. A noção de que AC, ECL e MC são sinônimos entre si, acaba atribuindo à AC uma posição de destaque na hierarquia com outras abordagens (como, por exemplo, as abordagens instrumental (AI) e comunicacional (ACC)). Atualmente na área, o uso dos termos dimensão, variante ou versão da AC aparecem na literatura para classificar as outras abordagens, minimizando o que classificamos de tensão. O que se propõe é o reconhecimento da AI e da ACC como abordagens independentes (ou paradigmas como exemplos compartilhados/metaparadigma de sentido mais restrito) e em coexistência com a AC, todas inseridas no MC. Para tanto, o termo movimento é definido para a área como paradigma como a constelação dos compromissos de grupo/sociológico (de sentido mais global). O termo abordagem mantém o conceito clássico em Anthony (1963/1965), mas o reposicionamos hierarquicamente abaixo do termo movimento. Os resultados mostram que a competência comunicativa, que historicamente inspira o surgimento dos termos AC, ECL e MC, é base de fundamentação apenas da AC e mote da comunidade científica ECL. O alicerce do MC (comunidade científica de sentido mais global; o conjunto) é a visão de linguagem como ato social que é compartilhada por todas as comunidades (de sentido mais restrito; os subconjuntos) que o compõe: ECL, ensino comunicacional de língua (ECCL) e ensino instrumental de língua (IEL). A competência linguística e a competência pragmática são as bases que fundamentam: 1) a ACC e a AI; 2) as reflexões a priori sobre a aquisição de LE/L2 das comunidades, ECCL e EIL, que, respectivamente, elaboraram as abordagens mencionadas. A proposta da tese de um re-mapeamento na área de ensino de línguas é, também, o início de um debate (filosófico e não dogmático) e um convite à reflexão para os membros que compõem a comunidade (de sentido mais global) do MC. A finalidade maior dos resultados desse debate é revertê-los para a formação de novos especialistas e de professores pré- e em serviço de línguas estrangeiras.

ASSUNTO(S)

foreign and second language teaching abordagem de ensino de língua ensino-aprendizagem de le/l2 comunicacional linguística aplicada paradigma communicative comunicativo teaching language approach applied linguistics communicational paradigm

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