Valor preditivo do protocolo de classificação de risco em Unidade de Urgência de um Hospital Municipal de Belo Horizonte
AUTOR(ES)
Domingos Pinto Junior
DATA DE PUBLICAÇÃO
2011
RESUMO
Estudo de coorte, prospectivo e analítico para estabelecer o valor preditivo do protocolo de classificação de risco de Manchester implantado em um hospital municipal de Belo Horizonte, Minas Gerais. A população do estudo foi composta por todos os usuários admitidos no Pronto Socorro e que foram avaliados e classificados através do Manchester Triage System (MTS©). A amostra por cálculo estratificado por cores de classificação foi de 300 pacientes. Foram inclusos os pacientes classificados pelo MTS© e que permaneceram no hospital por no mínimo 24 horas. Foram excluídos os pacientes classificados na cor verde e azul que são referenciados para serviços de atenção primária ou ambulatorial. Como desfecho primário foi avaliado a pontuação obtida pelos pacientes através do Therapeutic Intervention Scoring System - 28 (TISS-28). Os desfechos secundários avaliados incluíram mortalidade, alta/transferência e tempo de internação. Para a caracterização da amostra em relação ao sexo foi procedida à análise descritiva com frequências absolutas. Em relação à idade, realizou-se o cálculo de medidas de tendência central e de dispersão. A análise descritiva dos fluxogramas utilizados para classificação dos pacientes foi procedida usando frequências absolutas e percentuais simples. Análise da pontuação do TISS-28 foi obtida pela média de pontuação recebida em cada grupo de classificação. Para a análise das variáveis dependentes - óbito e alta/transferência - foi utilizado o teste de Qui-quadrado (X2) de Pearson. As medidas de associação entre variáveis foram calculadas pelo Odds Ratio (OR), intervalo de confiança de 95%. Para controlar variáveis de confusão foi realizada a regressão logística. A análise do tempo de permanência foi realizada a partir do cálculo médio de permanência em cada grupo e desvio padrão, intervalo de confiança de 95%. Entre os 300 pacientes, 172 eram do sexo masculino (57,0%) e 128 (43,0%) do sexo feminino. Com relação à média de idade o grupo vermelho apresentou 58,6 anos; grupo laranja, 57,5 anos e grupo amarelo, 55,7 anos. Os fluxogramas dispnéia, indisposição no adulto, dor torácica, comportamento estranho e perda de consciência foram os mais utilizados. A média de pontuação no TISS-28 no grupo amarelo foi 8,9 pontos; no grupo laranja, 12,5 pontos e, no grupo vermelho, 23,3 pontos, havendo diferença estatística significante entre os três grupos em relação à pontuação obtida. Encontrou-se que a chance do paciente morrer quando classificado na cor vermelha é 3,6 vezes maior em relação ao paciente classificado em laranja e 7,1 vezes maior em relação aos pacientes do grupo amarelo. O grupo amarelo teve média de permanência hospitalar de 9,6 dias; o laranja, 14,6 dias e o vermelho, 14,7 dias. Os pacientes do grupo vermelho evoluíram de forma mais grave e tiveram uma maior taxa de mortalidade em relação aos pacientes do grupo laranja e amarelo. Esses dados reforçam que a evolução dos pacientes é diferente entre os grupos. Este estudo contribui de forma singular para a análise da predição do protocolo de classificação de risco de Manchester que vem sendo implantado nos serviços de saúde em nível nacional e internacional.
ASSUNTO(S)
triagem/classificação decs protocolos/classificação decs serviços médicos de emergência decs hospitalização/estatística &dados numéricos decs estudos de coortes decs dissertações acadêmicas decs enfermagem decs enfermagem teses humanos decs feminino decs masculino decs brasil decs distribuição de qui-quadrado decs hospitais municipais decs lactente decs pré-escolar decs criança decs adolescente decs adulto decs meia-idade decs idoso decs idoso de 80 anos ou mais decs unidades de terapia intensiva decs
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/1843/GCPA-8GPGLPDocumentos Relacionados
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