Visões de alunos jovens e adultos acerca de suas experiências em aprender ciências
AUTOR(ES)
Adriana Cristina Souza Leite
DATA DE PUBLICAÇÃO
2007
RESUMO
Muito tem-se discutido a respeito da importância de se ensinar Ciências da Natureza na escola. Contudo, são poucos os trabalhos que abordam a questão do ensino-aprendizagem em ciências entre alunos jovens e adultos. Dadas as especificidades destes sujeitos, é fundamental aprofundar o conhecimento nesse sentido. Assim, este estudo investiga visões de estudantes relacionadas as suas experiências em aprender ciências em um programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA). As questões que orientaram a pesquisa foram: quais são as visões de estudantes jovens e adultos acerca da experiência de aprender ciências em um contexto formal de EJA voltado para a formação de professores? Quais visões de aprendizagem desses jovens e adultos emergem no contexto da discussão acerca de suas experiências de aprendizagem? Quais as visões acerca das ciências naturais esses jovens e adultos apresentam? A metodologia de pesquisa adotada foi do tipo qualitativa, orientada por uma perspectiva naturalista (LINCOLN &GUBA, 1985). Realizaram-se entrevistas semi-estruturadas com seis estudantes. Analisaram-se as entrevistas considerando três eixos, a partir de refernciais teóricos específicos: concepções de aprendizagem (e.g., SFARD, 1998; MARTINEZ et. al., 2000), concepções de aprendizagem em ciências (MILLAR, 2003) e concepções sobre o que é a natureza da ciência (e.g. BARR &BIRKE,1998; PEREZ et. al., 2001; TOBIN et. al., 1995). A maioria das concepções de aprendizagem que emergem das experiências destes estudantes está centrada na aquisição de conhecimentos. Porém, foram identificadas concepções alternativas, quando os estudantes estão inseridos em ambientes que promovem sua participação. Acerca das visões de ciências que surgem no contexto destas experiências, alguns estudantes possuem uma visão utilitarista da ciência, às vezes, associada a representações como conhecimento perfeito, vivenciando certo distanciamento em relação à ciência escolar. A partir dos resultados, concluiu-se que é fundamental promover um ensino de ciências sob uma perspectiva mais engajada politicamente, tornando-o mais democrático, estabelecendo-se um diálogo entre professores e alunos de modo a garantir uma participação genuína no processo de ensino-aprendizagem em ciências.
ASSUNTO(S)
educação teses ciencia estudo e ensino educação de jovens e adultos países de língua portuguesa
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/1843/FAEC-84XJ38Documentos Relacionados
- Visões da educação de jovens e adultos no Brasil
- Aprender a empreender: um pilar na educação de jovens e adultos.
- Migração, escolarização e os alunos de educação de jovens e adultos
- Aprender e brincar: é só começar... a ludicidade na alfabetização de jovens e adultos.
- Trajetórias de educadores construídas na educação de jovens e adultos: experiências e significados