Você excluiu neurossífilis?

AUTOR(ES)
FONTE

Dement. neuropsychol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2010-12

RESUMO

Resumo Neurossífilis, anteriormente uma causa freqüente de demência, é atualmente rara nos países desenvolvidos. A sífilis é ainda uma doença comum em muitos países em desenvolvimento, onde o diagnóstico e tratamento da sífilis precoce podem não ser adequados, o que aumenta a possibilidade de ocorrência de neurossífilis e de demência. Objetivos: apresentar casos de demência sifilítica atendidos em uma unidade de neurologia cognitiva e do comportamento no Brasil, enfatizando os primeiros sintomas e os desafios que impuseram ao diagnóstico. Métodos: Em nossa unidade do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, todos os pacientes são submetidos a teste treponêmico no sangue. Quando o teste é positivo, é realizada punção lombar. Avaliamos retrospectivamente todos os casos de neurossífilis atendidos em nossa unidade de janeiro de 1991 a novembro de 2009. Resultados: Nove casos de neurossífilis (0,77% dos 1.160 casos de nossos arquivos) foram identificados neste período. Os pacientes com neurossífilis eram todos homens, com idade média de 47,8 (±13,0) anos (mediana de 43 anos), e apresentaram-se com vários tipos de síndromes neuropsiquiátricas, de difícil diagnóstico. O tempo médio entre o início dos sintomas e o diagnóstico foi de 24 meses e apenas um paciente teve recuperação completa após o tratamento. Conclusões: Neurossífilis não é frequente, mas ainda está presente causando vários tipos de síndromes neuropsiquiátricas. Como é muito simples excluir o diagnóstico de neurossífilis mediante teste treponêmico no sangue, este teste deve ser realizado em todo paciente com sintomas neuropsiquiátricos, particularmente nas regiões do mundo onde a sífilis é ainda uma doença comum.

ASSUNTO(S)

neurossífilis sífilis demência neuropsiquiatria paralisia geral progressiva

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