Walter Banjamin e a Melancolia

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

Trataremos aqui da melancolia encerrada em um movimento cultural distinto, o Barroco. Mas é preciso lembrar que este tipo de delimitação, apesar de ser identificado como um lapso temporal específico, não corresponde apenas à história, mas revela uma idéia, o que deixa entrever o espaço para as manifestações plenas de barroquismo em outras épocas, como a nossa, e auxilia na justificativa da escolha deste tema como ponto de partida para a compreensão da subjetividade moderna. O Barroco inaugura uma idéia que ainda é a nossa, dividida entre o referencial cristão e helenista, onde, através da dimensão da culpa e do luto, temos presentificada nossa fragilidade. Em nós há a alegoria e a melancolia, esta para dizer que o mundo não tem sentido e aquela para dizer que só através dela conseguiremos ter acesso às coisas cuja exatidão nunca encontraremos. O homem barroco se faz de uma mescla da Idade Média e do Renascimento dos ideais Clássicos, e esta dicotomia, com todos os conflitos psicológicos, filosóficos, estéticos, políticos, que ocasiona, veio se desdobrando ao longo da modernidade. A melancolia é o sentimento que permeou esta marcha, interiorizando no sujeito a característica mais forte e aterrorizante do Barroco, a imanência. O ponto de partida para situar a melancolia no período barroco é o livro de Walter Benjamin, A Origem do Drama Barroco Alemão, cujo título original em alemão é Ursprung des Deutschen Trauerspiels, mas também chamado, principalmente por seus comentadores, de Trauerspielbuch, o livro do drama barroco, e com esta intenção seguiremos passo a passo o caminho percorrido por Benjamin para podermos acompanhar de perto a profundidade de seu pensamento tantas vezes obscuro e hermético

ASSUNTO(S)

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